Virar a página.


Sinto-me de uma forma tão estranha, que nem sei como me sinto. Hoje descobri porque me tratas da forma que me tratas. Descobri só hoje, bastante tarde, eu sei...Mas só descobri isso agora, porque já não gosto de ti como gostava, porque agora é que soube pôr o ponto final na nossa história escrita em prosa. Já não te amo, e as juras eternas que fiz foram-se com o vento, como tu também foste com o passar do tempo. E sim, ainda tenho tendência para parar e olhar fixamente quando passo pelos sítios onde estivemos juntos e lembrar-me do que passamos, ainda me vem a lágrima ao olho quando recordo aquele abraço forte em que parecia que nunca me irias deixar ficar mal, ou quando me lembro das tuas palavras "É melhor esqueceres-me para não sofreres mais" ou ainda quando me ias levar ao trabalho do meu pai e fazias-me companhia, e depois, tinhas de andar e andar sozinho para trás e olhavas-me lá ao fundo e fazias-me um adeus, lá bem ao longe, mas que eu adorava. Tu podes ter saído de uma parte de mim, posso-me ter conseguido libertar e já ter dado um grande passo em frente, mas as memórias, as lembranças, os momentos e as complicidades, essas foram muitas e não as consigo destruir, e acho, que também não é isso que quero, porque tenho orgulho e quero guardar tudo no coração. Mas olha, tinha de virar a página e foi isso que fiz, custou mas consegui. Agora estou de novo apaixonada, livre e liberta... Não liberta de ti, mas da tristeza a que me encontrava à bastante tempo para cá.

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